O futuro nas urnas: perspetivas dos estudantes da UAlg para as eleições

Catarina Jesus, Mafalda Nobre, Duarte Baião 
com André Santos, Alexandra e Beatriz Rego 

Se os números apontam para uma taxa de abstenção elevada entre os eleitores portugueses, os estudantes da Universidade do Algarve inquiridos pelo “Olhares Académicos” contrariam esta tendência, todos vão votar. Revelando ainda alguma indecisão em relação ao partido de eleição, e com alguma falta de informação, será que estes estudantes sabem apontar as razões das suas escolhas partidárias? 
Chamados às urnas a 10 de março os estudantes da UAlg preferem votar em casa.

Cerca de dois anos após as últimas eleições legislativas, o país retorna às urnas. Apesar de o Governo de António Costa ter sido polémico e instável, foi a Operação Influencer que colocou um ponto final no seu mandato. Marcelo Rebelo de Sousa recebeu propostas do parlamento para dar a Portugal um novo primeiro-ministro, mas decidiu dissolvê-lo por completo.

A equipa do “Olhares Académicos” aproveitou o facto de as eleições já estarem à porta, e o voto antecipado já ter ocorrido, para perguntar aos estudantes do Campus da Penha se iam votar e sobre os motivos subjacentes às suas escolhas partidária. Se no conjunto dos estudantes da UAlg existe indecisão, a Mafalda Carvalho, o Rui Silva e a Catarina Guerreiro são exceção, uma vez que têm os seus ideais bem definidos. 

Mafalda Carvalho, de 49 anos, é trabalhadora-estudante e acredita que os ordenados são algo a melhorar, tal como a saúde e a habitação. E são estas as principais razões que a levam à sua decisão partidária. Apesar da diferença de idade, Catarina Guerreiro, de 20 anos, partilha da opinião sobre a saúde, referindo que foram as medidas idênticas à Holanda e à Alemanha que influenciaram o seu voto. Enquanto alguns alunos já têm certezas quanto ao seu voto, como Rui Silva, de 18 anos, que ainda não sabe em que partido irá votar, mas já se decidiu pelo quadrante político em que acredita encontrar a única solução para o país mudar. 

Para uns a decisão é clara e fácil, para outros a falta de interesse gera a indecisão. A maioria dos estudantes mostrou falta de conhecimento sobre o tema, como é o caso de Catarina Coelho e Susana Carvalho, estudantes de 18 anos, que enfrentam o dilema de não saberem em quem vão votar. Para Catarina Coelho, é importante ter uma boa liderança no país. 

Os resultados obtidos na sondagem do ICS/ISCTE para o Expresso e a SIC, divulgada a 1 fevereiro, revelam que a maioria dos indecisos são mulheres, entre os 35 e os 64 anos, com menor escolaridade e com dificuldades em sobreviver com os atuais rendimentos. Não é só indecisão, mas há quem não veja solução, como o caso de Inês Pinheiro de 21 anos, que votou antecipadamente em branco, dado que não concorda com nenhuma medida dos partidos. Eduardo Alvito de 19 anos, revela também que irá votar em branco. 

Fraca adesão ao voto antecipado

Entre os estudantes não residentes em Faro, o voto antecipado não foi opção. Apesar de residir em Faro, Tiago Alves, de 18 anos, afirma: “Vou votar na minha terra, Serpa”.  Também Dinis Dias, de 20 anos e André Filipe, de 22 anos e Rafael Lourenço, de 18 anos, aproveitarão o fim de semana de eleições para regressar a casa. A proximidade dos estudantes em relação aos seus locais de residência terá pesado nesta decisão de fazerem coincidir um regresso a casa com a ida às urnas a 10 de março. Como refere Rafael Brito refere “sou de Tavira, irei votar lá no próximo domingo”.



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