Fernando Rafael Rocha é um exemplo de que nunca é tarde para se ser o que tiver de ser. Deus chamou-o aos 28 anos para ser padre. Deixou a família, o emprego, a namorada e embarcou numa nova aventura da sua vida: a entrada num seminário.
Rúben Bento
Nasceu em Portugal no seio de uma família cristã de retornados de África. Habituou-se a ver a sua avó a rezar o terço constantemente, a fazer as suas orações. Os seus pais separaram-se quando ainda era muito pequeno. A mãe era professora e Rafael ficou a viver com ela. Numa das vezes em que a mãe foi colocada para dar aulas, Rafael, com 13 anos, foi parar a Arraiolos onde conheceu o Quartel dos Bombeiros. Aí encontrou a força para se aguentar durante 6 anos no Alentejo. Mais tarde, com 18 anos, Rafael mudou-se para o Porto, mas não se adaptou à cidade. Acabou por regressar ao Algarve, mais propriamente a Quarteira, de onde é natural.
Nasceu em Portugal no seio de uma família cristã de retornados de África. Habituou-se a ver a sua avó a rezar o terço constantemente, a fazer as suas orações. Os seus pais separaram-se quando ainda era muito pequeno. A mãe era professora e Rafael ficou a viver com ela. Numa das vezes em que a mãe foi colocada para dar aulas, Rafael, com 13 anos, foi parar a Arraiolos onde conheceu o Quartel dos Bombeiros. Aí encontrou a força para se aguentar durante 6 anos no Alentejo. Mais tarde, com 18 anos, Rafael mudou-se para o Porto, mas não se adaptou à cidade. Acabou por regressar ao Algarve, mais propriamente a Quarteira, de onde é natural.
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Rafael Rocha é pároco no concelho de Tavira. Foto de Rúben Bento |
Em Quarteira, Rafael foi parar aos ginásios, pois gostava de levantar pesos. Fez amizades que o levaram a trabalhar em bares e discotecas pois o dinheiro fazia-lhe falta. Durante essa altura teve várias namoradas e até um relacionamento especial. Ela queria casar, comprar casa e ter filhos, mas Rafael sentia que não conseguia responder a uma vida familiar para toda a sua vida. Acabou por terminar essa relação, o que lhe custou imenso.
Certo dia deu por si a falar com Deus. Um dia mais tarde, Rafael encontrou uma senhora de igreja e esta convidou-o a rezar o terço. Ele não sabia rezar mas dirigiu-se à porta da igreja de Quarteira e encontrou uma freira que o ensinou a rezar. Nessa altura, a sua situação financeira piorou, o que o levou a ir trabalhar para a Quinta do Lago. Durantes noites e noites, Rafael tinha de andar pelo aldeamento a verificar se tudo estava bem. Foi durante essas noites que começou a levar o terço e a rezar. Passado um tempo, teve um pensamento: "porque não padre?". Afastou esse pensamento, mas, com o passar do tempo, ele foi ganhando mais importância na sua vida. Foi à procura de solução. Primeiro recorreu aos jesuítas, em Coimbra, que o aconselharam, por ser longe a distância entre Quarteira e Coimbra, a ir falar com o pároco de Quarteira. O pároco recebeu-o e ajudou-o em tudo. Um dia, numa missa crismal, ouviu o bispo D. Manuel Quintas apelar a que os jovens entrassem no seminário pois necessitavam de sacerdotes no Algarve. Depois de uma oração interior, acabou por entrar no seminário.
Quando Rafael entrou no seminário, sentiu que estava no caminho certo, mas, ao mesmo tempo, sentia que esse caminho não lhe pertencia. Quando saiu do seminário, foi colocado como vigário na paróquia de Tavira. Posteriormente, foi ordenado padre na paróquia de Conceição e Cabanas de Tavira pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas. Até agora revolucionou a paróquia. Realizou novas procissões, mudou a forma como procissões antigas eram realizadas e reformulou os cânticos da igreja. Hoje em dia revela-se um homem feliz.
Maria José Santos, de 73 anos, não falta a nenhuma das missas dadas ao sábado à tarde pelo padre Rafael na Igreja da Nossa Senhora do Mar em Cabanas de Tavira. "Tem uma forma de falar bastante amigável", conta. E acrescenta: "faz com que nós, pessoas com mais idade, tenhamos mais juventude, pois na homilia ele usa termos que, quando chego a casa, tenho de ir perguntar aos meus netos". Maria Santos considera, por isso, que Rafael é "um dos melhores párocos que já passou por esta terra".
Leonor Pereira, de 46 anos, vai quando pode à missa de domingo de manhã na Igreja de Nossa Senhora da Conceição e revela que o padre Rafael é uma mais valia para a freguesia, pois «em relação aos anteriores párocos, o Rafael, quando fala após as leituras, explica de uma forma diferente, que faz com que as pessoas percebam o que está escrito. Quando os antigos padres falavam, não se percebia nada».
Maurício Bento, colaborador na Festa de Nossa Senhora da Conceição, diz que o pároco Rafael "é uma pessoa sempre disponível para o que for preciso". "É uma pessoa simples, acessível, com um percurso de vida que o faz compreender a parte humana das pessoas", observa.
Certo dia deu por si a falar com Deus. Um dia mais tarde, Rafael encontrou uma senhora de igreja e esta convidou-o a rezar o terço. Ele não sabia rezar mas dirigiu-se à porta da igreja de Quarteira e encontrou uma freira que o ensinou a rezar. Nessa altura, a sua situação financeira piorou, o que o levou a ir trabalhar para a Quinta do Lago. Durantes noites e noites, Rafael tinha de andar pelo aldeamento a verificar se tudo estava bem. Foi durante essas noites que começou a levar o terço e a rezar. Passado um tempo, teve um pensamento: "porque não padre?". Afastou esse pensamento, mas, com o passar do tempo, ele foi ganhando mais importância na sua vida. Foi à procura de solução. Primeiro recorreu aos jesuítas, em Coimbra, que o aconselharam, por ser longe a distância entre Quarteira e Coimbra, a ir falar com o pároco de Quarteira. O pároco recebeu-o e ajudou-o em tudo. Um dia, numa missa crismal, ouviu o bispo D. Manuel Quintas apelar a que os jovens entrassem no seminário pois necessitavam de sacerdotes no Algarve. Depois de uma oração interior, acabou por entrar no seminário.
Quando Rafael entrou no seminário, sentiu que estava no caminho certo, mas, ao mesmo tempo, sentia que esse caminho não lhe pertencia. Quando saiu do seminário, foi colocado como vigário na paróquia de Tavira. Posteriormente, foi ordenado padre na paróquia de Conceição e Cabanas de Tavira pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas. Até agora revolucionou a paróquia. Realizou novas procissões, mudou a forma como procissões antigas eram realizadas e reformulou os cânticos da igreja. Hoje em dia revela-se um homem feliz.
Maria José Santos, de 73 anos, não falta a nenhuma das missas dadas ao sábado à tarde pelo padre Rafael na Igreja da Nossa Senhora do Mar em Cabanas de Tavira. "Tem uma forma de falar bastante amigável", conta. E acrescenta: "faz com que nós, pessoas com mais idade, tenhamos mais juventude, pois na homilia ele usa termos que, quando chego a casa, tenho de ir perguntar aos meus netos". Maria Santos considera, por isso, que Rafael é "um dos melhores párocos que já passou por esta terra".
Leonor Pereira, de 46 anos, vai quando pode à missa de domingo de manhã na Igreja de Nossa Senhora da Conceição e revela que o padre Rafael é uma mais valia para a freguesia, pois «em relação aos anteriores párocos, o Rafael, quando fala após as leituras, explica de uma forma diferente, que faz com que as pessoas percebam o que está escrito. Quando os antigos padres falavam, não se percebia nada».
Maurício Bento, colaborador na Festa de Nossa Senhora da Conceição, diz que o pároco Rafael "é uma pessoa sempre disponível para o que for preciso". "É uma pessoa simples, acessível, com um percurso de vida que o faz compreender a parte humana das pessoas", observa.
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