Festas de Nossa Senhora de Guadalupe: falta de comissão de festas não impediu tradição

Andreia Silvestre e Luana Piegas

Os visitantes das festas em honra de Nossa Senhora de Guadalupe em Serpa depararam-se este ano com o evento sem comissão de festas. Algumas pessoas sentiram que a festa estavam “um bocadinho mais fraca” enquanto outros afirmaram que estava “muito grande e superior às dos outros anos”. Apesar das opiniões diferirem, o público do evento era grande e estava animado. 

Há 44 anos que Serpa celebra as Festas em Honra de Nossa Senhora de Guadalupe e a Páscoa, com 5 dias de grandes festejos. As críticas feitas a comissões de festas de anos anteriores levaram a que não tenha sido eleita uma comissão de 2022/2023. Assim, a organização da festa ficou nas mãos do comércio local e do próprio município, criando um cartaz que “não seria o expectável ou o esperado pela maior parte da população” como afirmou Pedro Parreira. 

Serpenses e visitantes de outras regiões compõem o público das Festas de Nossa Senhora de Guadalupe.

A celebração começou na Sexta-Feira Santa, dia 7 de abril, com concertos de Daniel K & Xinha, DJ Luft e DJ Jó Black. Dia 8, o Mercado Municipal de Serpa deu lugar ao Mercadinho de Artesanato, e mais tarde, houve um Concerto Litúrgico na Igreja de S.Paulo. Às 19h, o Grupo TR3S & RODA animou a Praça da República, enquanto decorreu o espetáculo de patinagem artística Ritmos Nossos Evolution II no Pavilhão do Complexo Desportivo. O dia terminou com concerto dos Soundproof e fogos de artificio à meia-noite. 

No Domingo de Páscoa, aconteceu o tão esperado Cortejo Histórico e Etnográfico. Fernanda Oliveira e convidados animaram a noite. Dia 10 atuou a banda Trigo Roxo e, no dia seguinte, comemorou-se a Terça-feira de Altinho, feriado municipal, com procissão em honra a Nossa Senhora de Guadalupe. 

Cortejo Histórico e Etnográfico acontece no Domingo de Páscoa.

Apesar de decorrerem desde 1979, ainda existem pessoas que visitam as festas de Serpa pela primeira vez, como foi o caso de Pedro Pires. Para a maioria dos participantes, estas festas são uma tradição. "São umas festividades antigas que trazem muita gente à nossa terra, o que faz com que as pessoas que são de fora venham e regressem nesta altura para manter a tradição", confirmou Bruno Rebocho. Nuno Cavaco acrescentou que este “é um evento que leva muitas pessoas à rua e traz muitas pessoas aqui”. Pedro Parreira apontou que “as festas já vão sendo conhecidas a nível nacional”.  

A inexistência de uma comissão de organização dividiu as opiniões dos visitantes. António Moreno considerou que a festa estava “um pouco mais fraca, em termos do número de pessoas em convívio. Carrinhos de choque e outras atividades também há menos do que no ano passado". O seu irmão, João Moreno, é da opinião contrária, considerando a superior, a avaliar pelo cortejo e pelos "carros muito alegóricos”. 

Para alguns participantes, o cortejo deste ano foi superior aos anteriores.

Muitas pessoas também afirmaram que,  em consequência da pandemia, houve “mais abertura e o pessoal quer festa e quer sair e é muito bom estarmos em liberdade como se diz" e que “existe uma maior afluência de pessoas a Serpa”.  

Com expectativas depositadas na comissão 2023/2024, a maioria dos visitantes das festas viu a edição deste ano como sendo “substancialmente melhor”, não só devido às pequenas inovações implementadas, mas também porque a tradição se manteve com sucesso. Apesar de algumas dificuldades, a população demonstrou dedicação e empenho na realização do evento. Estes 5 dias são-lhes importantes, não só pela parte religiosa, como para promover o convívio e a alegria. Por essa mesma razão, vale a pena visitar e conhecer esta festa.