Diogo Piçarra: “Acordo todos os dias desempregado”

Emanuel Cerqueira

Diogo Piçarra é o padrinho do concurso “Palco RUA – Música Já”, promovido pela Associação Académica do Algarve e a Rádio Universitária do Algarve, em parceria com o Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), que culminará na 36ª Semana Académica da Universidade do Algarve. O músico esteve presente na conferência de imprensa onde foram divulgados os projetos musicais selecionados e, depois do anúncio, conversou com o Olhares Académicos sobre o seu regresso a um palco onde afirma que foi “muito feliz”.

Durante a apresentação foram sorteados 10  bilhetes diários para o dia 30 de abril na Semana Académica e houve espaço para os fãs tiraram fotografias com o artista Diogo Piçarra. Fotografia: Cátia Rodrigues.

Como é que se sente por apadrinhar um palco da Semana Académica, na sua terra, em Faro?

É a primeira vez que eu sou padrinho assim deste tipo de coisas, de um palco, ou mesmo fazer parte da Semana Académica desta forma, e é sempre bom. Foi onde eu nasci, foi um dos primeiros palcos em que eu toquei, não a solo, mas com a minha banda, já em 2007, se não me engano, ou 2008. Por isso, revejo-me muito nestes artistas que participaram neste concurso para entrarem no cartaz do Palco Rua e fico sempre muito feliz que haja muita música em Faro, no Algarve. Acho que muita gente que participou no concurso também é de Lagos e fiquei feliz pelas participações. Foram cerca de trinta só numa semana, o que é um sinal de saúde, porque há saúde na cultura algarvia, há muita música com muita qualidade, não menor que a música do país inteiro ou do mundo inteiro. Acho que toda a gente já tem as ferramentas necessárias para compor e produzir em casa e isso é muito bom, sentir isso aqui da minha região algarvia. Eu lembro-me quando estava aí com a minha banda, era um grande desejo subir ao palco da Semana Académica, porque era das poucas coisas que tinha muita exposição e muita visibilidade. Lembro-me também de participar no concurso para tocar no Palco Rua e nunca conseguimos ganhar, por isso quando fomos ao palco principal já foi com algum mérito e as pessoas já nos conheciam e depois já fui lá sozinho ao palco principal umas três vezes. Este ano é a minha quarta vez, no dia 30 de maio.

E como é regressar ao grande palco? 

É bom, é uma grande responsabilidade. É um público que eu já conheço, e é sempre a Semana Académica, um ambiente mais de festa, por isso é uma responsabilidade acrescida, porque tenho mesmo de fazer a noite das pessoas.

Sente-se feliz por estar na sua terra?

Sempre. Estou feliz hoje, principalmente hoje vir aqui dar umas palavras, e também no dia trinta, não é? Voltar a casa é sempre bom, é sempre um bom pretexto para ver a família e os amigos e, acima de tudo, também estou a cantar num palco onde já fui muito feliz com a banda e a solo. Estar ali é sinónimo de que o trabalho está a correr bem e é sempre um bom reconhecimento.

Quais são as suas expectativas para esse dia?

Altíssimas. Eu espero que encham. Acima de tudo, porque é um domingo e é um dia antes de um feriado. A segunda-feira vai ser feriado e espero que venha o Algarve inteiro. Não só os estudantes e, peço isso, a Semana Académica não é só um evento académico, é um festival, é aberto não só aos estudantes, mas a toda a gente, a toda a família, a todo o público. Ainda mais, num dia em que vou eu, vai a Soraia Ramos, por isso é um cartaz que combina com a família. Convido toda a gente a aparecer.

Diogo Piçarra com Fábio Zacarias, Presidente da Associação Académica, Helena Lourenço, representante do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e Tiago Griff, representante da RUA FM, no painel de anúncio dos selecionados do “Palco RUA – Música Já”. Fotografia: Cátia Rodrigues.

Diante de todo o processo que já passou ao longo da sua carreira, qual seria a mensagem para quem está a começar a sua carreira artística?

É tentar sempre, tentar, tentar. Eu nunca parei de tentar e ia para onde fosse, ou seja, fosse só para compositor ou só para produtor, eu ia para onde a música me levasse. E, neste caso, fui para intérprete, cantor e músico. Estive anos a tentar, seja em concursos como este, do Palco Rua, em concursos do IPDJ, em que era o mais jovem, em concursos mais pequenos, mais amadores, seja no Algarve ou no país inteiro. Concursos nacionais e da televisão como os Ídolos, a Operação Triunfo, castings, fosse o que fosse, eu tentei e aconteceu. Não fiquei à espera, mas os meus pais também não deixavam. Por isso, um dia iria acontecer e, felizmente, foi com muito trabalho. Foi no Ídolos que ganhei o programa e aí as portas abriram e, desde então, nunca mais parei.

Após a apresentação dos selecionados também discursaram Teresa Santos, vereadora da juventude da Câmara Municipal de Faro, e a vereadora da Câmara de Lagoa, entidades que fazem parte da parceria, bem como a Câmara de São Brás de Alportel. 
Fotografia: Cátia Rodrigues.

Sente-se orgulhoso de tudo o que fez até agora?

Ainda há muito a fazer. Eu acordo todos os dias desempregado. Acordo todos os dias a pensar que tenho de fazer um álbum novo, tenho de fazer uma música nova e estou sempre agarrado ao computador todos os dias. A pensar: 'o que é que eu posso fazer? Qual é a próxima música, a melhor sonoridade, a melhor letra, o melhor videoclipe e também o melhor concerto'.

A setlist do concerto na Semana Académica vai ser diferente ou vai seguir a mesma da sua digressão?

Este ano vou mudar o concerto, mas só a partir de junho, a partir de um concerto na Póvoa de Varzim. Decidi que seria esse o primeiro concerto do novo desenho de palco e da nova setlist, por isso, o que eu posso mudar neste concerto da Semana Académica é adicionar uma música ou outra que ainda não está este ano, por exemplo, uma música que lancei com o Kura, que é "Fala-me de Ti", e acho que combina na perfeição com a Semana Académica, com a festa. Estou a pensar em incluí-la no concerto.

E convidados especiais?

Fica surpresa. Adorava ter, quem sabe, ou até a Soraia Ramos vir cantar uma música comigo. Vou falar com ela, isso seria incrível. Já nos conhecemos e, por isso, seria ótimo. Se não for ela no meu concerto, vou eu no dela. É fácil, é só esperar e fico à espera do concerto dela e canto também uma música.


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