A geração adulta de hoje tem possibilidades de morar fora da casa dos pais?

Jéssica Guerreiro

O mercado imobiliário apresenta valores cada vez mais assustadores, sobretudo para os jovens adultos, que recentemente entraram no mercado de trabalho. Existem diversos sítios online onde se verifica, dia após dia, o aumento dos valores de compra e arrendamento de casas em Portugal.

Muitos jovens trabalhadores que estariam em altura de “juntar trapos” e, finalmente, sair da casa dos seus progenitores, não o fazem por dificuldade em conseguir arranjar imóveis, que, comparando com o ordenado base de um jovem, por volta dos 750€, vão de 500€ a 700€.

“Já há imenso tempo que ando à procura, em todo o lado, mas não consigo encontrar uma cujos custos consiga suportar”, menciona Filipa, trabalhadora-estudante de 24 anos que gostaria de começar a sua vida independente. O aumento dos preços começou a sentir-se sobretudo depois da pandemia de Covid-19. “Enquanto estávamos de confinamento, ainda consegui arranjar bons valores, 300€ era o que pediam por um T1”, diz Diogo, trabalhador há 4 anos na mesma empresa.

Fotografia: Visit Algarve

Quem já coabita com outra pessoa também encontra dificuldades. “Mesmo juntando o nosso salário, que é o mínimo em Portugal, chegamos ao final do mês já com as despesas pagas, com apenas 100, 200 euros para nos governarmos”, confessa Rita.

A culpa do aumento dos preços, não só do imobiliário, mas também da alimentação em Portugal, é atribuída à guerra, mas quem parece estar em “guerra” serão os jovens adultos, que, pelo "andar da carruagem”, nem aos 40 anos conseguirão suportar as contas de morarem numa casa, sem ser a dos seus pais.

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