Henrique Martins e Jorge Ricardo
A inflação dos preços dos alimentos em Portugal teve início sobretudo com a invasão da Rússia à Ucrânia, de onde eram provenientes a maioria dos cereais e combustíveis consumidos na União Europeia. A dependência de Portugal dos mercados externos levou à falta de fornecimento e, devido à subida do preço dos combustíveis, os custos de produção e transporte de alimentos também se acentuaram, afetando quase todos os setores. Com o passar dos meses, inflação em Portugal tem vindo a abrandar. Mas os bens alimentares ainda são mais caros comparativamente a anos anteriores. Pode-se explicar esta situação com as despesas dos produtores, que também cresceram, por conta da inflação.Fruta e legumes foram os alimentos que maior subida sofreram com a inflação. |
Para Lara Amaral, “muitos dos produtos que aumentaram bruscamente o preço são básicos e necessários e nem todos têm possibilidade de pagar pelos produtos com os preços atuais”. Ricardo afirma não entender "este aumento, uma vez que noutros países na Europa não é tão drástico”, e Mariana também expressa as suas dúvidas sobre se o aumento é natural, ou se “as pessoas e as empresas se estão a aproveitar da guerra e de outros fatores para aumentarem os seus lucros”.
João Ventura e Nuno Viana referem que a subida de preços terá como consequência o encarecimento do custo de vida da população, o que intensificará o quadro de desigualdade social que marca a realidade portuguesa, sendo as famílias que se encontram em situação mais vulnerável as que serão mais afetadas por essa nova realidade económica.
No que toca a este assunto, o diretor-geral da Associação Portuguesa de Distribuição (APED) defendia que “só agora os preços vão ser renegociados”, o que implica diretamente numa redução de preços que apenas será sentida a longo prazo, e não no imediato.
Em 2022 tinha sido criado um observatório de preços, de modo a controlar melhor a situação e examinar possíveis preços abusivos. Entre as medidas agora apresentadas pelo Governo estão a isenção do IVA num cabaz de produtos essenciais e medidas adicionais de apoio às famílias.
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