Com apenas 27 anos, Maro levou a canção escrita juntamente com John Blanda e interpretada por si àquele que é o festival que seleciona quem representa Portugal na Eurovisão. A canção, que demorou cerca de 15 minutos a ser escrita, confessa Maro no podcast Posto Emissor, foi a mais votada pelo júri e pelo público. Tal como Isaura, compositora da canção vencedora em 2018, a jovem escreveu a canção em homenagem ao falecido avô.
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Maro foi a grande vencedora do Festival da Canção de 2022. Fotografia: Pedro Pina (RTP) |
Natural de Lisboa, Mariana Secca compõe desde os 11 anos e sempre cresceu num meio familiar bastante ligado à música, o que a influenciou bastante. O seu pai, de origem italiana, embora não seja formado na área, toca guitarra e sempre foi apaixonado pela música. Já a mãe, é professora de música na Escola Superior de Música de Lisboa, segundo a MAGG. “A mãe tinha uma regra cá em casa: têm todos de fazer o quinto grau de piano. Depois podem desistir, podem fazer o que quiserem”, conta Maro ao Diário de Notícias.
Maro teve formação musical desde sempre. Estudou no conservatório de piano dos quatro aos dezoito anos. “Fiz 14 anos de conservatório de piano e depois a guitarra e o canto vieram por gosto, mas como autodidata”, revela em entrevista à MAGG. Apesar de ter uma adolescência repleta de formação musical, a jovem revelou ao podcast Posto Emissor que nem sempre a música foi a sua primeira opção: “Não gostava muito de estudar, apesar de adorar tocar música clássica. Mas quando tens 14 anos queres ir andar de skate ou jogar futebol”. Prova disso foi o facto de ter ficado mais um ano no ensino secundário a melhorar as notas, pois o seu objetivo era entrar no curso de Medicina Veterinária, segundo o Diário de Notícias.
Apesar da sua ambição inicial, a vida trocou-lhe as voltas. “Aos 19 percebi que não fazia sentido porque eu adorava escrever as minhas musiquinhas e tocar”, revela a artista em entrevista à MAGG. Candidatou-se ao Berklee College of Music em Boston e foi aceite imediatamente. Em 2017, mudou-se para Los Angeles e no seu primeiro ano a viver nos EUA lançou seis álbuns da sua completa autoria, desde a produção à interpretação. Na rubrica Berklee People, gravada na escola em Boston e disponível no canal do Youtube da artista, Maro levou canções de Ornatos Violeta e Rui Veloso até à prestigiada escola de música norte-americana.
A artista começou a colher frutos quando começou a ser mais ativa no seu seu Instagram, partilhando a sua prestação musical através de vídeos. O músico britânico Jacob Collier, vencedor de cinco Grammys, enviou-lhe uma mensagem e Maro passou a integrar a sua banda como vocalista e instrumentalista, o que lhe deu reconhecimento internacional.
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A presença da artista nas redes sociais intensificou-se essencialmente com o confinamento, o que fez com que ganhasse mais notoriedade. Entrou inclusive num dos diretos de “Como é Que o Bicho Mexe” de Bruno Nogueira, visto por milhares de pessoas no Instagram. Entretanto, já cantou em diretos lado a lado com nomes como Vitor Kley, Marisa Liz ou Rui Veloso.
A canção de Maro está entre as dez favoritas à vitória da Eurovisão, segundo o ranking das casas de apostas, aponta o Expresso. A da Ucrânia, “Stefania” dos Kalush Orchestra, continua a liderar as apostas. Para além de artistas como Beatriz Fonseca, Beatriz Pessoa e Carolina Leite, que já a tinham acompanhado na final, juntar-se-ão ainda as interpretes de duas canções concorrentes ao Festival, Diana Castro (“Ginger Ale”) e Milhanas (“Corpo Mulher”).
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Maro levou quatro artistas para comporem o coro na final Festival da Canção. Fotografia: Pedro Pina (RTP) |
Têm sido muitas as reações à canção de Maro. Jude Kennedy, youtuber norte-irlandês, afirma num dos seus vídeos que a canção portuguesa candidata à Eurovisão é a sua favorita. “Tão puro, tão cru, tão mágico”, declara o jovem, derretido com a canção de Maro. Também uma youtuber alemã do canal Symply Tracie elogiou a melodia de Maro, considerando que “é uma voz que não se ouve todos os dias” e que “é para ficar no top 10”.
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A canção de Maro tem sido alvo de bastantes reações em canais no Youtube. Fotografia: Rita Carmo (Blitz) |
Apesar das reações positivas, há quem não aprecie assim tanto a canção. “Portugal envia baladas todos os anos à Eurovisão. Será que podem fazer algo diferente?”, comenta uma fã norueguesa no canal Eurovision Hub no Youtube. Porém, afirma que “apesar de ser uma balada, há algo que me faz gostar. Quase sinto que estão a cantar para mim. Foi muito bonito, não vou mentir”. Já Emily Brewin confessa: “Se fosse uma pessoa diferente a cantar, provavelmente não gostaria, porque acho a melodia bastante aborrecida, mas as harmonias, a voz e o cenário elevam tudo a outro patamar”.
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