Pastelaria de Loulé dedica-se exclusivamente à produção de folares durante a Semana de Páscoa

Com a chegada de mais uma Páscoa, a pastelaria Julieta, localizada no coração da cidade de Loulé, mete mãos à obra para responder à procura de folares.
Por Rosana Sousa.

O negócio de Julieta Coelho conta este ano 40 anos de existência, ou melhor, 40 Páscoas. Esta é a altura do ano de mais afluência, dada a procura da população louletana, e não só. 

O folar tradicional e o folar de folhas são especialidades da pastelaria louletana. Foto: Joana Rosado


Começou apenas com a fábrica, situada em Loulé, mas em 2010 Julieta decidiu dar o passo de abrir uma pastelaria com o objetivo de servir não só as mercearias, mas também o público geral. 

A proprietária comenta, em tom de desabafo, a decaída das vendas “tanto na fábrica como na pastelaria, mas essencialmente na pastelaria", depois dos primeiros confinamentos devido à covid-19. Nestes períodos, a fábrica permaneceu aberta para servir as mercearias que nunca fecharam. Com a pastelaria encerrada, vender os folares à porta (de acordo com as diretrizes da Direção Geral de Saúde) foi a solução.

A Pastelaria Julieta situa-se perto do Coreto de Loulé

Agora, Julieta receia que a inflação devido à guerra da Ucrânia faça cair ainda mais as vendas. Na sua perspetiva, ainda não é possível determinar se já se verifica uma diminuição do poder de compra do público: “como já havia a baixa do vírus, acabamos por nem dar conta se é da guerra ou se é do vírus”. Apesar disso, a venda de folares tem permanecido constante ao longo dos anos, dado que é uma especialidade da casa muito apreciada.

Preferências dos apreciadores

Julieta Coelho afirma que o folar tradicional é o eleito pelos clientes, apesar de o folar de folhas, também conhecido como folar de Olhão, ser igualmente apreciado. “As pessoas tentam fugir ao doce”, comenta a proprietária, considerando que esta pode ser uma justificação para essa preferência. Elisabete Gregório, cliente da pastelaria, prefere o folar de folhas ao tradicional, embora também goste muito do segundo. Já o preferido de Paulo Sousa é o tradicional, pois considera que o de folhas pode rapidamente “tornar-se enjoativo por ser muito doce”.

Segredo da casa, os folares mantêm a mesma receita desde que o negócio abriu, em 1982. Apesar de ser tradição colocar um ovo no meio do folar tradicional, a maioria das pessoas já não o aprecia. “90% dos folares são sem ovo porque o cliente assim o prefere”, afirma Julieta. 

Aos 26 anos, Julieta Coelho decidiu abrir a sua fábrica de bolos na zona do Torrejão, em Loulé. Foto: Joana Rosado


Numa semana muito atribulada e de muito trabalho para as três trabalhadoras, a pastelaria dedica-se exclusivamente ao fabrico dos folares. “Se não fosse assim não conseguiríamos dar resposta”, afirma a proprietária que destaca o esforço das trabalhadoras da fábrica, Cristina Correia e Sílvia Ponte, para dar resposta a todos os clientes que procuram aquele que é considerado o pão tradicional da Páscoa em Portugal. 

 A pastelaria Julieta está aberta das 8h-17h de segunda a sábado (*apenas até às 13h) e tem também presença na rede social Facebook, na qual podem ser efetuadas encomendas de folares.



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