Rastreio COVID-19 no regresso ao ensino presencial regista "boa adesão"

Através do Programa de Testagem Cruz Vermelha Portuguesa – Ensino Superior, a Universidade do Algarve disponibiliza, entre 16 e 24 de abril, testes rápidos de antigénio SARS-CoV-2 aos membros da comunidade académica. André Botelheiro, chefe de gabinete do reitor e responsável pela comunicação da UAlg, considera que o número expressivo de testes realizados vai permitir obter uma "boa amostra" da situação epidemológica da academia.

Entrevista | Ema Silvestre e Lia Revés
O centro de testagem montado no ginásio da ESEC 
recebeu, a 21 de abril, a visita de Manuel Heitor, 
Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Olhares Académicos (OA): Tendo em conta todos os testes já realizados desde o regresso às aulas presenciais, quantos estudantes já foram testados?

André Botelheiro (AB): Eu sei que até ao período da manhã [de segunda-feira, 19 de abril] tínhamos cerca de 1025; com este período da tarde, eu diria que ao final do dia de hoje devemos ter quase 1200 pessoas testadas. 

OA: Visto que estes testes não são obrigatórios, sente que houve uma adesão positiva por parte dos estudantes perante esta iniciativa?

AB: Sim, houve uma boa adesão dos estudantes. Nem todos os estudantes aderiram porque não é obrigatório, mas temos um número interessante de estudantes e portanto isso também nos vai dar uma boa amostra da população académica em relação a estarem negativos ou a existir eventualmente alguém que teste positivo.

OA: Falamos então de testes rápidos que podem apresentar resultados diferentes. Tendo em conta o resultado positivo, quais são as medidas tomadas em relação à situação?

AB: Aqui, de facto, estes testes dão os chamados resultados inconclusivos e quando o resultado é inconclusivo, ou seja, que se entenda que não é negativo, essa pessoa é imediatamente informada por telemóvel, notificada e é pedido que cumpra as regras de isolamento, e automaticamente nós comunicamos às entidades de saúde que podem encaminhar essa pessoa para um teste PCR, que é aquele teste, que, de facto, garante com maior exatidão se a pessoa está positiva ou negativa. Depois as autoridades de saúde é que dão o encaminhamento caso se confirme que é de facto, positivo. Nós estamos a fazer testes rápidos, é um rastreio, portanto não visa saber se a pessoa está positiva, que tem sintomas porque não é suposto virem aqui pessoas com sintomas. Estamos a falar de pessoas que não têm sintomas, essas é que devem cá comparecer.

OA: Na sua opinião, esta estratégia para testar regularmente os estudantes é uma boa iniciativa para controlar o número de contágios nos estabelecimentos de ensino?

AB: O plano nacional de testagem que foi montado pela Cruz Vermelha prevê que só seja regular caso o concelho onde a instituição de ensino está sediada atinja os limiares de risco que estão definidos, o que não é o caso. Diremos que nós faremos este teste e esperemos que não o tenhamos que repetir. Era bom sinal, era sinal que Faro, o concelho, não atingia esse nível de risco ou que as regras não se alterem. Agora vamos ver. Se, por acaso, alguma coisa correr mal aqui na zona, no Algarve, em especial em Faro, é que podemos ter que, de 14 em 14 dias, repetir. Mas isso é num cenário muito negativo que esperamos que não se confirme.


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