Os estudantes do ensino superior regressaram, no dia 19 de abril, ao ensino presencial nos estabelecimentos universitários, como estava previsto no plano de desconfinamento do país. Na ESEC, a equipa de apoio à gestão académica e direção, que manteve funções durante todo o período de suspensão das aulas no campus, encara de bom grado o regresso ao ensino presencial.
Entrevista | Francisco Grilo, Joyce Pereira, Laura Pimenta e Mauro Coelho
Primeiras impressões de um regresso aguardado
“Hoje ainda é o primeiro dia, para já acho que está calminho. Acho que ainda não vieram todos [os alunos], pelo menos que eu me tenha apercebido, não dá para ir lá para fora", nota Brígida Cardoso, assistente técnica que secretaria a direção. Já Maria de Fátima Almeida, por conta da necessária circulação entre gabinetes, pode registar alguma diferença face ao período de confinamento: “Ah, claro! Tenho notado bastante movimento, não estava à espera de tanta gente a regressar", refere. "Porque pensei que como já falta pouco tempo para as aulas terminarem que iriam continuar as aulas online, por acaso pensei que não houvesse tanta adesão no regresso as aulas em presença”. No fundo, para Maria Filomena Salvé-Rainha, pouco se altera na sua rotina: "A atividade está normal para aquilo que costuma ser, não vejo nenhuma diferença porque antes deste regresso já existiam essas restrições. Os cuidados a ter são os mesmos, como a higienização das salas, termos gel para as mãos em toda a parte da escola, para todas as pessoas que a frequentam terem disponível todo esse gel necessário para fazer uma higienização das mãos mais eficaz”.
Sobre a opção de proceder a uma testarem não obrigatória no regresso às aulas, Brígida Cardoso confessa-se indecisa: “Não sei, talvez, talvez sim, talvez não. Quer dizer, nós fazemos hoje o teste e daqui a dois dias podemos estar outra vez contaminados, não é? Não sei, sinceramente”, refere. Maria de Fátima Almeida é mais firme na posição em relação à decisão tomada: “Eu acho que não deveriam ser facultativos, deveriam ser obrigatórios. Quer funcionários, quer alunos. Eu acho que não deveriam ter dado oportunidade, sei que é uma democracia, porém, há certas coisas que não se compadecem de democracia”. Também Maria Filomena Salvé-Rainha se mostrou reticente face à testagem após o início das aulas. “Eu não percebo porque é que os testes estão a ser feitos agora, porque os testes são uma mais-valia para entendermos se o grande número de pessoas que estão a vir para a escola estão ou não contaminadas, até aí tudo bem. Mas não é uma garantia, eu posso fazer o teste agora e ao sairmos daqui podemos apanhá-lo logo a seguir e, quando chegar o resultado, estamos convencidos que não temos nada, mas apanhamos, entretanto. E quando nós vamos para os sítios satisfeitos porque não temos, já temos", aponta. "Portanto, para mim, o teste não é uma garantia de nada. Ao fazer o teste, é só para salvaguardar qualquer situação pontual, e não do futuro. É uma situação para aquele dia e para aquele momento, não para os dias vindouros. Agora, é uma mais-valia, sim, e a liberdade das pessoas decidirem se querem ou não, obriga as pessoas que dizem não ter uma responsabilidade maior, se a pessoa não quer terá que ter mais cautela, não só para se salvaguardar, mas também para não contaminar outrem. Mas não vejo no teste, de momento, uma solução ou uma maior proteção”, afirma a funcionária.
Brígida Cardoso confessa sentir-se “um bocadinho, talvez”, receosa de uma nova vaga de COVID 19. Por outro lado, Maria de Fátima Almeida acredita que a experiência adquirida permitirá prevenir mais uma situação de confinamento. "De facto, na vossa faixa etária, nas aulas cumprem, nos bares cumprem, agora na porta da escola já não se cumpre. Nos bares, nos cafés, o problema é este, na restauração também. Não generalizo que sejam todos iguais, pois também vejo boas práticas na vossa geração, vejo boas práticas na vossa faixa etária quanto vejo na minha. Há a espera de um bom senso. Estou confiante de que com a vacina haverá um progresso". Maria Filomena Salvé-Rainha aponta as razoes do seu receio: “Eu, se olhar lá para fora, para o parque, eu tenho receio, mas se estiver dentro da escola não tenho, porque a escola tem todas as condições para os alunos se protegerem, tal como os funcionários. Mas quando olho para o pátio, eu percebo que isso pode acontecer de um momento para o outro, porque esse cuidado que os alunos têm dentro, não têm no pátio, porque estão sentados todos numa mesa, estão mais do que quatro pessoas e muitos deles sem máscara, e estão muito tempo em convívio nesse espaço. E mesmo que chamem à atenção, de momento ouvem, mas pouco tempo depois volta ao normal", faz notar. "Perante isso, eu tenho receio que isso venha acontecer o mais cedo possível. Dentro da escola está tudo controlado, vocês têm expostos em todos os corredores vários suportes de gel, dentro das salas de aula também… Nenhum aluno entra dentro da escola sem máscara, mas quando vão para o pátio, os alunos fazem como querem e acham como devem fazer, sem os cuidados devidos. Os professores chamam à atenção, há professores que já se cansaram de repreender, tal como os funcionários. Porque depois fazem, mas logo a seguir esquecem-se, e o resultado acaba por estarem lá fora sentados numa mesa, com uma série de pessoas à volta, sem máscara e muito tempo em convívio, e perante isso não sei”.
Até à data, a Universidade do Algarve não regista focos de infeção com origem dentro dos estabelecimentos de ensino. A testagem da comunidade académica teve início no presente mês de abril, procurando evitar o contágio entre estudantes, docentes e funcionários.
Primeiras impressões de um regresso aguardado
“Hoje ainda é o primeiro dia, para já acho que está calminho. Acho que ainda não vieram todos [os alunos], pelo menos que eu me tenha apercebido, não dá para ir lá para fora", nota Brígida Cardoso, assistente técnica que secretaria a direção. Já Maria de Fátima Almeida, por conta da necessária circulação entre gabinetes, pode registar alguma diferença face ao período de confinamento: “Ah, claro! Tenho notado bastante movimento, não estava à espera de tanta gente a regressar", refere. "Porque pensei que como já falta pouco tempo para as aulas terminarem que iriam continuar as aulas online, por acaso pensei que não houvesse tanta adesão no regresso as aulas em presença”. No fundo, para Maria Filomena Salvé-Rainha, pouco se altera na sua rotina: "A atividade está normal para aquilo que costuma ser, não vejo nenhuma diferença porque antes deste regresso já existiam essas restrições. Os cuidados a ter são os mesmos, como a higienização das salas, termos gel para as mãos em toda a parte da escola, para todas as pessoas que a frequentam terem disponível todo esse gel necessário para fazer uma higienização das mãos mais eficaz”.
Em relação ao barulho e à movimentação de estudantes, Maria de Fátima refere que nota a mudança: “Ah sim, claro, depois de trabalhar um mês e meio sem se ver ninguém, poderia falar de um gabinete ao outro sem sair daqui de tão silencioso que estava”. Já para Maria Filomena, entre o primeiro e o segundo desconfinamentos “há uma diferença, até porque a liberdade é maior, as pessoas têm um contacto mais próximo, não há os cuidados a ter em relação a pessoas a entrar em determinados espaços com uma lotação específica. Claro que faz diferença. Para já, a tensão e o medo que existe dentro das pessoas não deixa de existir, há pessoas que deixam de ir a determinados lugares aqui dentro da própria escola, com o receio de serem contaminados, apesar de existir o cuidado de todos os que estão dentro da escola a utilizar máscara e de efetuarem a lavagem regular das mãos, mas há uma liberdade diferente, claro que as pessoas não têm a mesma postura”.
Testagem na comunidade académica com algumas reticências
Apelo ao bom senso face ao receio de um novo confinamento
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