De Portugal para o mundo. The Free Whale Project, o projeto que vai salvar o mar

Lia Revés com Ema Silvestre

Os oceanos precisam de ajuda e a iniciativa The Free Whale Project foi desenvolvida para os salvar. Criada em 2020 pela jovem Ema Silvestre, de 21 anos, veio reforçar a luta contra os ataques constantes à vida marinha, que está, mais do que nunca, na ordem do dia. Com o objetivo de sensibilizar a sociedade quanto à necessidade e urgência de proteger os oceanos, este projeto fornece, através das redes sociais, diversas informações, como curiosidades sobre o mar e os perigos que a vida marinha enfrenta. Divulga anúncios de palestras, eventos e até pequenas ações que possam envolver as pessoas, como a limpeza das praias.

Olhares Académicos (OA): Como surgiu a tua paixão pelo mar?  

Ema Silvestre (ES): Tudo começou em 2017, quando procurava emprego para conciliar com a escola e surgiu uma oportunidade de trabalhar num escritório, na parte das reservas e atendimento ao público, numa empresa marítimo-turística. Nunca me tinha passado pela cabeça trabalhar na área, mas foi o melhor que me aconteceu porque percebi que era o que queria para a vida. À medida que ia embarcando nos vários passeios que a empresa oferecia aos empregados para os conhecerem melhor, para depois os venderem aos clientes, percebi rapidamente que trabalhar num escritório não era aquilo que queria e que queria passar para o mar. Comecei a tirar cursos e cartas como a Cédula Maritima e Condução de Motores e, em 2019, passei para o mar, como marinheira, a levar os turistas e clientes a verem grutas e golfinhos. Num instante percebi que era aquilo que queria fazer para sempre, e não só... percebi que a proteção dos oceanos e da vida marinha iriam com certeza fazer parte do meu dia a dia. 


OA: Sabendo que não é uma tarefa fácil, como pensas sensibilizar e consciencializar a sociedade sobre os seus maus hábitos?

ES: Sim, não é uma tarefa nada fácil. Todos os dias ouço frases como “já viste este lixo todo aqui na berma da estrada e ainda queres mudar o mundo?” , “não é com meia dúzia de pessoas que vais salvar o mundo”, entre outras. Deixa-me triste mas não é caso para desistir! É um sinal de que tenho que chegar a mais pessoas, que tenho que sensibilizar mais pessoas, tocar-lhes no coração, o que é muito complicado porque as pessoas, no geral, só abrem os olhos quando vêem consequências trágicas ou quando as afetam diretamente. Quero sensibilizar a sociedade através de eventos, através de arte nas ruas, por exemplo, uma baleia feita com garrafas de plástico que ficou em exposição durante algum tempo na Marina de Albufeira, palestras, movimentos e manifestações, sensibilização através das redes sociais, através de vídeos, fotografias, etc., e ações no campo, como limpezas de praia e do fundo do mar.


OA: Já tens planos para o futuro do projeto? Se sim, quais?

ES: Sim! Adoraria contar com uma vasta comunidade em todo o mundo. Com isto, gostaria de abrir pontos, casas em vários lugares do mundo onde poderia organizar limpezas de praia e do fundo do mar, eventos maiores e com ajuda de embarcações, bem como sensibilizações, o que levaria também à oferta de postos de emprego às comunidades. É o meu maior objetivo com este projeto: tirar a maior quantidade de lixo da costa e do fundo do mar e também proteger a vida marinha. 


OA: Soube, através das redes sociais, que pensas organizar um pequeno movimento na limpeza das praias. Que tipo de público esperas que se junte a este movimento?


ES: O projeto ainda é pequeno mas já estou a receber um feedback gratificante sobre essa iniciativa. Neste momento, estou a contar com pessoas que conheço e amigos de amigos mas espero, futuramente, conseguir chegar a mais pessoas ou mesmo desconhecidos que fiquem a conhecer o projeto e se queiram juntar.
OA: Em que medida a pandemia afetou no desenvolvimento do projeto?

ES: Tinha imensas ideias para aplicar no projeto que tiveram que ser adiadas devido à pandemia, como eventos que contariam com mais pessoas - devido às medidas e à situação em que vivemos, tive que suspender essa ideia- ou até mesmo reuniões com empresas e pessoas ligadas a esta área.

OA: Sendo que se celebrou a 22 de março o Dia Mundial da Água, que dicas queres deixar aos leitores?

ES: São dicas simples, mas que fazem a diferença, como aproveitar a água do início do banho e colocar em garrafões para utilizar na rega de plantas ou até mesmo para lavar os dentes ou as mãos, não deixar a água a correr quando não se tem falta, quando estamos a lavar a loiça, a escovar os dentes, a esfregar o cabelo... E aderir a projetos como o The Free Whale ProjectPodem encontrá-lo nas redes sociais, como o Facebook e o Instagram, e aprender mais sobre a vida marinha.  




Instagram: @thefreewhaleproject

Facebook: The Free Whale Project




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