Um dia para olhar o futuro

Na edição de 2018 do Dia Aberto da Universidade do Algarve (UAlg) participaram 2088 alunos do ensino básico e secundário.
Catarina Cunha e David Santos

A turma de Humanidades 12º E, da Escola Secundária Dr. Francisco Fernandes Lopes, chegou ao campus da Penha às 9:30h, fazendo-se acompanhar da diretora de turma. Elisabete Sousa, professora há 27 anos, refere que elaborou um questionário para saber que cursos visitar de acordo com o número e preferências dos seus alunos.

Depois de recebida pelos voluntários do Dia Aberto, a turma deslocou-se até à Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo (ESGHT). Já no anfiteatro, assistiu-se a uma apresentação na qual se tentou cativar os alunos a estudarem nesta escola, referindo as vantagens de quem ingressa no ensino superior, como a empregabilidade, o salário e a confiança dada pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES). Valeria Zubco tenciona seguir Turismo e acha que quando alguém, como é o seu caso, tem a certeza da área que quer seguir, a forma como são divulgados os cursos não é relevante. Com 18 anos, afirma, decidida: “apesar da apresentação não ter explicado os cursos em específico, eu já tinha vindo ao dia aberto no ano passado e continuo a ter interesse na área do turismo, mesmo tendo a oportunidade de conhecer outros”. De seguida, o grupo visitou a Escola Superior de Educação e Comunicação (ESEC) e ficou a conhecer o curso de Desporto. A Prof.ª Elsa Pereira fez uma breve apresentação das disciplinas lecionadas durante os 3 anos, referiu as saídas profissionais e respondeu a algumas questões dos mais curiosos. No final houve tempo para se ouvir testemunhos de alguns estudantes. Carolina Santos, de 17 anos, gosta deste ramo e afirma que é algo que faz parte dela. Já tinha muita informação sobre o curso e com esta visita ficou mais esclarecida: “ver as fotos dos alunos no estágio ainda me deu mais vontade de conseguir entrar e fazer aquilo que gosto”. Confessa que estava interessada noutras áreas mas que, depois deste dia, sente-se decidida.

Do campus da Penha, a turma de Olhão seguiu então para o campus de Gambelas, aonde chegou pelas 11:15h, mesmo a tempo de uma simulação de uma consulta entre uma psicóloga clínica e uma adolescente que sofria de ansiedade na época de testes. Alexandra Nunes, docente do Departamento de Psicologia e Ciências da Educação (DPCE) da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS),  informou acerca do programa do curso e dos mestrados disponíveis. Na mesma sessão, Joana Pereira, presidente, e Raquel Almeida, vice-presidente, do Núcleo de Estudantes de Psicologia da Universidade do Algarve (Nepsi) abordaram os objetivos que têm estabelecidos para o ano de 2018. Letícia Leite, de 18 anos, achou interessante a “sala dos espelhos”, como chama ao local da representação. Refere que gostou muito da dinâmica de luzes utilizadas entre o espaço do consultório e do público. “Achei interessante o facto de só quem estava no público conseguir ver o outro lado da sala, para mim isso simbolizou o silêncio profissional que um psicólogo deve ter”, afirma entusiasmada a jovem que já se imagina naquele papel.

Enquanto explorava o campus de Gambelas, os alunos do 12.º E tiveram a oportunidade de participar numa atividade de divulgação da modalidade de Futebol Americano, conduzida por um casal de treinadores canadiano. Na demonstração, organizada em parceria com a equipa Algarve Sharks, foi promovida a igualdade de géneros, desmistificando a ideia de que a prática do Futebol Americano é só para homens. Kevin, jogador da equipa, deu a conhecer os movimentos técnicos do desporto aos alunos, que se mostraram interessados em aprender.

Para finalizar a experiência no Dia Aberto o grupo ainda visitou o Centro de Ciências do Mar do Algarve (CCMAR), onde a Prof.ª Doutora Mercedes González-Wangüemert falou sobre pepinos do mar e as suas espécies, referindo ainda os benefícios da sua existência para o ambiente marítimo e para a economia. Desta forma mostrou o trabalho que os estudantes de Biologia Marinha fazem durante os 3 anos do curso. Daniel Lidon, de 18 anos, está em Humanidades, mas quer seguir os estudos académicos em Biologia Marinha, e a visita só reforçou a sua convição: "Antes tinha 90% de certeza, depois do Dia Aberto fiquei com 98%”, conta entre risos.
No laboratório, a Prof.ª Mercedes González-Wangüemert mostra aos alunos a importância do estudo de
espécies marinhas como os pepinos do mar


Já pronta para regressar a Olhão, a turma reflete sobre o dia e sobre como esta iniciativa é importante, quer para aqueles que tencionam prosseguir os estudos, quer para os que têm outras ambições. Miriam Pereira, aos 17 anos, afirma que, apesar de ouvir tantas vantagens no mundo do mercado de trabalho para aqueles que ingressam no ensino superior, não se sente receosa da sua opção em não o fazer. Rúben Pires quer ir para o curso de Direito e sublinha que “a dinâmica pode ser um fator decisivo para os alunos que estão indecisos na escolha do curso e veem no Dia Aberto a única hipótese de perceberem aquilo que eles realmente querem”.

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