Opinião | Tiago Santos
Hoje em dia é normal acompanharmos o fim de relações amorosas. As redes sociais ajudam bastante à partilha do sentimento de angústia que alguns sentem, aos insultos e acusações que ex-casais trocam entre si e às mensagens de força e de melhoras que os amigos deixam, como se de um funeral se tratasse. Ora uma coisa que não é normal é ver-se o término de relações entre países e organizações, mas pode estar para breve.
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Imagem obtida de The Spectator |
A Inglaterra quer sair da União Europeia e o governo inglês vai, em referendo, pedir aos cidadãos opinião sobre se devem ou não sair desta longa relação com os outros países da União Europeia. Em causa estão a crise migratória e os planos de austeridade. Como se todas as relações deste mundo não acabassem por causa de alguém exterior à relação ou por dinheiro…
Em sondagens recentes, tudo indica que os britânicos desejam cortar os laços que os unem à UE quando o referendo for lançado a 23 de Junho. Mas, a acontecer a saída da Inglaterra, será que veremos as redes sociais inundadas de trocas de insultos e acusações entre ambos? Começo a antecipar posts do tipo “o Brexit foi a melhor decisão da minha vida, a pior foi ter-me envolvido contigo” ou “Foram 43 anos contigo… Não acredito que não significaram nada! Parece que preferes o dinheiro a mim, nem aceitas as minhas amizades mais exóticas” ou até “uma relação é para ser vivida a dois, não para trazeres alguém de fora, isso só estraga tudo, fica lá com o teu dinheiro e amigos. Antes só que mal acompanhada smiley face, smiley face”, este último com comentários de pessoas com nomes impronunciáveis, a insultarem e a enviarem os seus votos de melhoras para a suposta má companhia.
Convém lembrar que o próprio David Cameron é a favor de chumbar o Brexit, ora sendo este senhor o primeiro-ministro britânico, acho que a sua opinião e vontade nesta relação deveria ser tida em conta. Também Jean-Claude Junker, chefe do executivo europeu, pretende que a Inglaterra se mantenha no "bloco dos 28".
Só o futuro dirá como o destino deste delicado relacionamento se vai escrever, mas faço um sincero e honesto pedido aos intervenientes: Não me encham o mural do Facebook ou do Twitter com este tipo de estados porque enjoa e só dá vontade de os eliminar da lista de amigos para não ter que aturar essas baboseiras. Pensando bem, peço mesmo à Inglaterra e aos seus cidadãos que se mantenham na União Europeia para nos pouparem destes possíveis incómodos.
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