Catarina Sofia
Ana Madureira, psicóloga da APAV, pronunciou-se sobre o grande problema que aborda todos os dias, no exercício da sua profissão, e afirma que este tipo de violência, que tanto pode ser um ato pontual como contínuo, ocorre numa relação entre duas pessoas quando há o intuito de controlar, dominar e sentir mais poder do que o parceiro. Em 2014, o gabinete de apoio à vítima de Faro registou 293 processos de apoio, sendo que, entre estes, foram acompanhadas 216 vítimas diretas, que foram alvo de 619 crimes e ou de outros atos violentos. A violência doméstica é um crime previsto na lei portuguesa e uma violação grave dos direitos humanos. “O combate deste tipo de violência é responsabilidade de toda a sociedade”, refere Ana Madureira.
Na sua opinião, quais são os fatores que contribuem para a ocorrência da violência doméstica?
Na minha opinião, a questão cultural da mulher ideal está muito enraizada, existindo ainda uma atitude machista, e a verdade é que este facto faz crescer o sentimento de culpa na mulher, que, para alcançar os seus direitos, percorreu um longo caminho. No entanto, não nos podemos esquecer que o homem também é muitas vezes vítima de agressão, sendo que 1 em cada 20 homens denunciam este tipo de violência. A existência da crise, de uma má relação e o consumo de álcool e substâncias estupefacientes, são também fatores que aumentam, cada vez mais, este tipo de agressões.
Na APAV são registados muitos casos estatísticos a nível de violência no namoro?
Quanto à violência no namoro, as pessoas não têm o hábito de recorrer à instituição e, portanto, a nível de estatística é um pouco difícil de obter informações precisas. As vítimas de violência doméstica costumam recorrer muito mais, sendo que a situação em que se encontram, normalmente, é de maior gravidade.
Que tipo de apoio é que a APAV pode providenciar à vítima?
Na APAV é-nos possível fornecer apoio jurídico, que consiste em defender os direitos das vítimas, apoio social, onde tentamos providenciar habitação e emprego à vítima, pois esta tem de, muitas das vezes, ser distanciada do agressor, e, ainda, fornecemos apoio psicológico às mesmas ou até mesmo aos seus filhos, pois quer um quer outro podem sofrer de depressões, ataques de pânico, entre outros problemas do foro psicológico.
Quanto à violência no namoro, as pessoas não têm o hábito de recorrer à instituição e, portanto, a nível de estatística é um pouco difícil de obter informações precisas. As vítimas de violência doméstica costumam recorrer muito mais, sendo que a situação em que se encontram, normalmente, é de maior gravidade.
Que tipo de apoio é que a APAV pode providenciar à vítima?
Na APAV é-nos possível fornecer apoio jurídico, que consiste em defender os direitos das vítimas, apoio social, onde tentamos providenciar habitação e emprego à vítima, pois esta tem de, muitas das vezes, ser distanciada do agressor, e, ainda, fornecemos apoio psicológico às mesmas ou até mesmo aos seus filhos, pois quer um quer outro podem sofrer de depressões, ataques de pânico, entre outros problemas do foro psicológico.
Acredita que existe uma dependência da vítima para com o agressor?
É claro que há sempre uma dependência, tanto a nível emocional como a nível económico, sendo que o casal está habituado a partilhar uma vida conjunta e quando se deparam com a separação, o primeiro pensamento é da mudança e do desconhecido, sendo que apenas 10% das vítimas mudam de vida.
É claro que há sempre uma dependência, tanto a nível emocional como a nível económico, sendo que o casal está habituado a partilhar uma vida conjunta e quando se deparam com a separação, o primeiro pensamento é da mudança e do desconhecido, sendo que apenas 10% das vítimas mudam de vida.
Como pode uma vítima manter-se em segurança enquanto vive com o agressor?
O principal é, sem dúvida, livrar-se de qualquer arma, em casa, que possa estar ao alcance do seu agressor e nunca o confrontar quando este está sobre efeitos alcoólicos ou de qualquer outro tipo de substâncias, ou até mesmo quando este está de mau humor. É importante ter o número da polícia em primeiro lugar (quando apanhado em grande delito, o agressor é preso), no entanto quando uma denúncia acontece, as vítimas colocam-se em grande risco. Portanto, é essencial que ao acabarem a relação, não só a rotina da vítima tem de ser mudada totalmente como também o seu contacto telefónico.
Em termos gerais, como instituição, quais são os principais objetivos da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima?
A pacificação da sociedade é o nosso principal objetivo, fazendo um bom trabalho na sensibilização, assim, cada vez mais cedo as pessoas denunciam os casos de agressão, sendo que o combate deste tipo de violência é responsabilidade de toda a sociedade e todos deveríamos agir de acordo com este dever.
O principal é, sem dúvida, livrar-se de qualquer arma, em casa, que possa estar ao alcance do seu agressor e nunca o confrontar quando este está sobre efeitos alcoólicos ou de qualquer outro tipo de substâncias, ou até mesmo quando este está de mau humor. É importante ter o número da polícia em primeiro lugar (quando apanhado em grande delito, o agressor é preso), no entanto quando uma denúncia acontece, as vítimas colocam-se em grande risco. Portanto, é essencial que ao acabarem a relação, não só a rotina da vítima tem de ser mudada totalmente como também o seu contacto telefónico.
Em termos gerais, como instituição, quais são os principais objetivos da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima?
A pacificação da sociedade é o nosso principal objetivo, fazendo um bom trabalho na sensibilização, assim, cada vez mais cedo as pessoas denunciam os casos de agressão, sendo que o combate deste tipo de violência é responsabilidade de toda a sociedade e todos deveríamos agir de acordo com este dever.
Cartaz de uma das campanhas da APAV
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