Raquel Cardoso| Perfil
67 anos, vila-realense de gema, mas com uma veia espanhola, é oriundo de uma família humilde e tradicional. Filho de um calafate e de uma doméstica, irmão de mais 3, dois deles já falecidos, pode ser descrito como um homem de estatura média, magro, cabelos escuros e cuja idade parece não passar por si, não fossem as rugas que carrega no rosto moreno. Com uma vida impregnada de orgulho, sofrimento, mas também de felicidade, tem muitas histórias por detrás do sorriso.
É um homem valente e que não aparenta ter medos, vive de acordo com os ideais do seu tempo e preocupa-se com a sua aparência. Nasceu em Faro, cidade outrora ocupada por mouros. Fascinado por história, arqueologia e velharias, restaura como ninguém peças antigas, conferindo uma nova vida a cada uma delas. Apreciador de um bom chá ou de um copo de vinho à refeição, não se priva da praia e das caminhadas rente ao mar, de um bom passeio de bicicleta e de folhear as páginas de um jornal. Amante dos Verões quentes e escaldantes e da brisa que paira no ar. Fascinado pelo futebol e fiel ao seu clube: o Sporting. Denota uma maturidade de uma vida já vivida e um coração leal como o de um leão. Defensor da disciplina e das regras, odeia anarquias e desrespeito. Direto e conciso enfrenta os falsos com bravura e desilusão.
67 anos, vila-realense de gema, mas com uma veia espanhola, é oriundo de uma família humilde e tradicional. Filho de um calafate e de uma doméstica, irmão de mais 3, dois deles já falecidos, pode ser descrito como um homem de estatura média, magro, cabelos escuros e cuja idade parece não passar por si, não fossem as rugas que carrega no rosto moreno. Com uma vida impregnada de orgulho, sofrimento, mas também de felicidade, tem muitas histórias por detrás do sorriso.
É um homem valente e que não aparenta ter medos, vive de acordo com os ideais do seu tempo e preocupa-se com a sua aparência. Nasceu em Faro, cidade outrora ocupada por mouros. Fascinado por história, arqueologia e velharias, restaura como ninguém peças antigas, conferindo uma nova vida a cada uma delas. Apreciador de um bom chá ou de um copo de vinho à refeição, não se priva da praia e das caminhadas rente ao mar, de um bom passeio de bicicleta e de folhear as páginas de um jornal. Amante dos Verões quentes e escaldantes e da brisa que paira no ar. Fascinado pelo futebol e fiel ao seu clube: o Sporting. Denota uma maturidade de uma vida já vivida e um coração leal como o de um leão. Defensor da disciplina e das regras, odeia anarquias e desrespeito. Direto e conciso enfrenta os falsos com bravura e desilusão.
Começou a sua carreira de pintor nos estaleiros com apenas 15 anos. No entanto, sempre teve jeito para trabalhos que requerem habilidade manual, sendo chamado muitas vezes para fazer pequenos ajustes, nomeadamente reconstrução de portas, carpintaria e afins.
Tendo vivido num regime ditatorial, foi recrutado com apenas 20 anos para a guerra do Ultramar, em Moçambique, guerra essa que impregnou a sua mente de memórias jamais esquecidas: jacarés, granadas, doença, morte, minas, armas, sangue. Momentos marcados pelo sofrimento de perder amigos na guerra e lutar para sobreviver. Como o momento em que ficou ferido numa mina, o momento em foi picado por um lacrau, em que sofreu de paludismo, o momento em que fez sentinela com colegas mortos ao lado, em que fugiu de um jacaré, em que matou inimigos, em que matou animais selvagens, momentos em que passou fome, enfim, momentos sofridos mas já vividos.
Quando voltou da guerra, com 23 anos, veio para Portugal e emigrou para França, para junto do seu irmão. Com a morte do seu pai, regressou a Portugal onde continuou o seu ofício, com as técnicas que aprendeu em França. Pintava de roupa branca como era hábito naquele país, ficando apelidado de pintor de Paris.
Este homem, com esta maravilhosa trajetória de vida, chama-se Fernando Pereira. Continua pintor, como sempre foi, mas só nos tempos livres, pois agora é reformado. É casado há 38 anos, pai de uma filha de 36 e de uma neta de 19, eu. É um homem de família, que apesar das vivências passadas, vive o presente feliz e em paz com as atrocidades que viveu.
Tendo vivido num regime ditatorial, foi recrutado com apenas 20 anos para a guerra do Ultramar, em Moçambique, guerra essa que impregnou a sua mente de memórias jamais esquecidas: jacarés, granadas, doença, morte, minas, armas, sangue. Momentos marcados pelo sofrimento de perder amigos na guerra e lutar para sobreviver. Como o momento em que ficou ferido numa mina, o momento em foi picado por um lacrau, em que sofreu de paludismo, o momento em que fez sentinela com colegas mortos ao lado, em que fugiu de um jacaré, em que matou inimigos, em que matou animais selvagens, momentos em que passou fome, enfim, momentos sofridos mas já vividos.
Quando voltou da guerra, com 23 anos, veio para Portugal e emigrou para França, para junto do seu irmão. Com a morte do seu pai, regressou a Portugal onde continuou o seu ofício, com as técnicas que aprendeu em França. Pintava de roupa branca como era hábito naquele país, ficando apelidado de pintor de Paris.
Este homem, com esta maravilhosa trajetória de vida, chama-se Fernando Pereira. Continua pintor, como sempre foi, mas só nos tempos livres, pois agora é reformado. É casado há 38 anos, pai de uma filha de 36 e de uma neta de 19, eu. É um homem de família, que apesar das vivências passadas, vive o presente feliz e em paz com as atrocidades que viveu.
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