O ex-vocalista dos Tara Perdida “Podia ser Dr.”, mas preferiu ser lenda do punk rock nacional
Nuno Miguel Andrade| Crónica
“O que é que eu faço aqui”? Porque é que “Vida é só uma, esta e mais nenhuma”? Só quero “Voltar ao passado, voltar atrás”… Voltar a ver-te em cima dos palcos com uma energia que contagia até os paraplégicos. Sempre a cantar, a saltar e a puxar pelo público, como um verdadeiro vocalista de punk deve fazer. Quanto mais o Ribas gritava, mais os fãs deliravam. Só precisava dos seus amigos Tara Perdida e de um microfone para fazer a festa. Cada vez que os concertos começavam, a quase meia centena de anos de vida era esquecida – ficava elétrico e parecia … um miúdo. Um exemplo perfeito da conjugação harmónica e melódica de maturidade e juventude.
É com grande orgulho que posso dizer que fui abençoado com a possibilidade de poder ter marcado presença em vários concertos dos Tara Perdida. A banda é lisboeta, daí a maior parte das suas atuações ser à volta da zona da capital, como é lógico, mas isso nunca os impediu de visitar o Norte e o Sul do país. Um grande agradecimento aos Tara por nos terem visitado tantas vezes! Não me posso esquecer, também, de quem tem lutado para os trazer cá – obrigado, Associação Académica da Universidade do Algarve… Obrigado.
Tenho muito respeito pela música portuguesa e, na verdade, temos nomes que fazem inveja à cultura internacional, mas nenhum é, para mim, como o João Ribas. Um músico não é só feito de talento e brilhantismo. Talvez em géneros como rock progressivo ou fado essas qualidades sejam requisito, mas no punk tal não se aplica. Os integrantes de uma banda de punk precisam de ter alma, coisa de que o Ribas não carecia e isso fazia dele um senhor da música portuguesa. Aliás, a banda não poderia ter sido fundada num dia mais português, 10 de junho de 1995.
Os Tara Perdida são uma banda que se destaca não pela música de intervenção típica do punk, mas sim pela sua criatividade, poder de improviso e originalidade. Em 2012, o grupo Peste & Sida celebrou 25 anos e, a propósito da comemoração, lançou um disco chamado “25 Anos de Veneno”. Os Tara foram convidados a fazer uma versão da música “Chuta Cavalo” e, obviamente, fizeram. Mas o conjunto lisboeta quis ir mais longe e, com o Euro 2012 à porta, elaborou uma versão alternativa da música que apelidaram de “Chuta Ronaldo”. Um grande exemplo dos Tara que procuraram motivar CR7 e companhia com esta faixa inédita. Só espero que a seleção portuguesa se inspire, durante o Mundial 2014 no Brasil, ao relembrar a voz do Ribas, porque todos os portugueses acreditam que se o Cristiano Ronaldo tiver oportunidade de chutar, com certeza ele marcará. Por mim, pelo Ribas, por vocês, por nós, por Portugal.
Nunca fui fã de galas e de super cerimónias. Não há maneira politicamente correta de dizer isto: são chatas. O único evento que vejo (com grande pesar, diga-se de passagem) é a Gala da FIFA (Federação Internacional de Futebol), somente pela participação do Cristiano Ronaldo e do José Mourinho, presenças habituais. Porém, este ano, acho que vou ver mais uma. No próximo dia 18 de maio realiza-se a cerimónia dos Globos de Ouro e os Tara Perdida estão nomeados para a categoria de “Melhor Grupo” com o álbum lançado em 2013 “Dono do Mundo”.
Para terminar, um apelo aos Tara Perdida: continuem o trabalho fantástico que têm vindo a fazer desde 1995, sempre com o Ribas no coração. Bem que ele dizia “Vou pr’a longe, para outro lugar”, mas nunca ninguém esperou que ele, um dia, fosse mesmo embora.
Nuno Miguel Andrade| Crónica
“O que é que eu faço aqui”? Porque é que “Vida é só uma, esta e mais nenhuma”? Só quero “Voltar ao passado, voltar atrás”… Voltar a ver-te em cima dos palcos com uma energia que contagia até os paraplégicos. Sempre a cantar, a saltar e a puxar pelo público, como um verdadeiro vocalista de punk deve fazer. Quanto mais o Ribas gritava, mais os fãs deliravam. Só precisava dos seus amigos Tara Perdida e de um microfone para fazer a festa. Cada vez que os concertos começavam, a quase meia centena de anos de vida era esquecida – ficava elétrico e parecia … um miúdo. Um exemplo perfeito da conjugação harmónica e melódica de maturidade e juventude.
É com grande orgulho que posso dizer que fui abençoado com a possibilidade de poder ter marcado presença em vários concertos dos Tara Perdida. A banda é lisboeta, daí a maior parte das suas atuações ser à volta da zona da capital, como é lógico, mas isso nunca os impediu de visitar o Norte e o Sul do país. Um grande agradecimento aos Tara por nos terem visitado tantas vezes! Não me posso esquecer, também, de quem tem lutado para os trazer cá – obrigado, Associação Académica da Universidade do Algarve… Obrigado.
Tenho muito respeito pela música portuguesa e, na verdade, temos nomes que fazem inveja à cultura internacional, mas nenhum é, para mim, como o João Ribas. Um músico não é só feito de talento e brilhantismo. Talvez em géneros como rock progressivo ou fado essas qualidades sejam requisito, mas no punk tal não se aplica. Os integrantes de uma banda de punk precisam de ter alma, coisa de que o Ribas não carecia e isso fazia dele um senhor da música portuguesa. Aliás, a banda não poderia ter sido fundada num dia mais português, 10 de junho de 1995.
Os Tara Perdida são uma banda que se destaca não pela música de intervenção típica do punk, mas sim pela sua criatividade, poder de improviso e originalidade. Em 2012, o grupo Peste & Sida celebrou 25 anos e, a propósito da comemoração, lançou um disco chamado “25 Anos de Veneno”. Os Tara foram convidados a fazer uma versão da música “Chuta Cavalo” e, obviamente, fizeram. Mas o conjunto lisboeta quis ir mais longe e, com o Euro 2012 à porta, elaborou uma versão alternativa da música que apelidaram de “Chuta Ronaldo”. Um grande exemplo dos Tara que procuraram motivar CR7 e companhia com esta faixa inédita. Só espero que a seleção portuguesa se inspire, durante o Mundial 2014 no Brasil, ao relembrar a voz do Ribas, porque todos os portugueses acreditam que se o Cristiano Ronaldo tiver oportunidade de chutar, com certeza ele marcará. Por mim, pelo Ribas, por vocês, por nós, por Portugal.
Nunca fui fã de galas e de super cerimónias. Não há maneira politicamente correta de dizer isto: são chatas. O único evento que vejo (com grande pesar, diga-se de passagem) é a Gala da FIFA (Federação Internacional de Futebol), somente pela participação do Cristiano Ronaldo e do José Mourinho, presenças habituais. Porém, este ano, acho que vou ver mais uma. No próximo dia 18 de maio realiza-se a cerimónia dos Globos de Ouro e os Tara Perdida estão nomeados para a categoria de “Melhor Grupo” com o álbum lançado em 2013 “Dono do Mundo”.
Para terminar, um apelo aos Tara Perdida: continuem o trabalho fantástico que têm vindo a fazer desde 1995, sempre com o Ribas no coração. Bem que ele dizia “Vou pr’a longe, para outro lugar”, mas nunca ninguém esperou que ele, um dia, fosse mesmo embora.
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