Alejandro Ramirez
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve divulgou um estudo preliminar para a criação de um metro ligeiro com 38 km de extensão e 24 paragens que beneficiaria cerca de 40% da população do Algarve residente nos concelhos de Olhão, Faro e Loulé. Com capacidade para transportar cerca de 40 mil passageiros por dia, este projeto é visto como uma solução importante para melhorar a articulação entre estes concelhos vizinhos e melhorar a mobilidade na região.
«Este é um projeto verdadeiramente estruturante da articulação entre três concelhos que, sendo vizinhos, estão na prática a uma enorme distância se não estiverem devidamente articulados», afirmou o Primeiro-Ministro na sessão incluída na iniciativa Governo Mais Próximo no distrito de Faro, que decorreu nos dias 1 e 2 de março. O Olhares Académicos quis saber a opinião da comunidade local sobre esta possibilidade.
Cristina de Saldanha, de 31 anos, aposta seu "dedo mindinho que o primeiro bilhete que vai comprar para "andar de metro no Algarve vai ser com desconto de sénior". Carminda Martins diz que tem de ver para crer, e que este pode ser mais um projeto como o Hospital Central do Algarve.
Andrea Fonseca lembra que "no Algarve, em norma, esperamos décadas para que obras públicas se realizem" e Fernanda Novais considera que o projeto é bom, porque "o comboio da linha do Algarve é uma vergonha, sendo que é utilizado por muitos estrangeiros e dá uma má imagem do Algarve".
Luiz Neves adverte que este pode ser mais um anúncio para 2050 e que os algarvios podem esperar sentados “porque têm belas praias e sempre podem esperar sentados ao sol”.
Para Cláudio Fonseca, "as gentes algarvias, principalmente do interior são sempre os parentes pobres do país e que as nossas redes de transporte são péssimas, nossos autocarros tem horários que não mudam há décadas com preços altíssimos. Aqui no Algarve, quem quer trabalhar ou movimentar-se tem de usar o transporte pessoal".
"Metro? Não arranjam um centímetro de calçada em Faro, quanto mais um metro?", questiona Xana Coelho. Já Manuela Guerreiro considera que seria preferível começar por modernizar ou adaptar a linha de comboios já existente.
Tal como outros moradores da região que põem em causa a aceitação e credibilidade do projeto, José Santos afirma: "esperem sentados porque serão criados primeiro os tetranetos dos nossos filhos".
Comentários
Enviar um comentário